História de Caelen, o Tecelão das Eras

“O tempo não é uma prisão. É a tapeçaria onde bordamos nosso amor.” — Última lembrança de Nemyra.

Desde jovem, Caelen era fascinado pela dança invisível do tempo — os ciclos de vida, morte, e renascimento que entrelaçavam todos os seres. Dedicou sua vida ao estudo das forças arcanas que moldavam a realidade, tornando-se um mago especializado nas raras artes da Chronurgia.

Foi durante uma expedição a uma cripta perdida que seu destino mudou para sempre. Lá, ele encontrou Nemyra, uma esfinge ancestral, guardiã do portal que conduzia as almas de volta ao ciclo da existência. Ela não era apenas uma criatura de poder incomensurável — era uma alma que, como ele, questionava seu papel no grande fluxo das eras.

Entre debates, estudos e momentos de silêncio compartilhado, um amor improvável nasceu. Mas o tempo, esse velho tirano, logo mostrou sua crueldade: Caelen era mortal. Sua vela queimava mais rápido do que ele podia aceitar. Para eles, anos eram gotas no oceano da eternidade.

Movidos pelo desespero de permanecerem juntos, Caelen e Nemyra buscaram um caminho para unificar suas essências, transcendendo a barreira das expectativas de vida. Durante anos, estudaram magias esquecidas, desafiaram ordens cósmicas, e Caelen, em sua sede, até prendeu almas ancestrais em runas, carregando para sempre a culpa desse sacrifício.

A esperança tomou forma num ritual ousado e proibido: fundir suas almas para que, mesmo através da morte e reencarnação, fossem atraídos um ao outro em todas as existências futuras.

Contudo, Nemyra guardava um segredo sombrio.

Como Guardiã do ciclo de reencarnação, ela era entrelaçada às leis que governavam as almas. Se rompesse essas leis para atender seu desejo, arriscaria desestabilizar a ordem do mundo. Temendo que Caelen desistisse se soubesse da verdade, Nemyra omitiu esse detalhe — e no momento crucial, as correntes ancestrais prenderam Caelen num estado de estase mágica, congelando-o fora do tempo.

Ele não morreu. Ele não viveu. Ele esperou.

Agora, depois de eras esquecidas, Caelen desperta — transformado. Seu corpo carrega as marcas da estase, sua alma carrega as cicatrizes do ritual quebrado. Ele é um Renascido (Reborn), um eco da pessoa que foi, atravessando um mundo que mal reconhece.

O fio que o conecta a Nemyra ainda pulsa, tênue, nas profundezas de sua essência.

Ele ainda sente. Ainda sonha. Ainda busca.

Talvez o tempo, afinal, não seja apenas uma tapeçaria — mas um caminho que pode ser tecido novamente.

Five Questions

  1. Aquilo que Caelen nunca mais quer viver “A impotência de ver o tempo lhe escapar entre os dedos.”

Durante os últimos dias antes do ritual, Caelen e Nemyra sentiram o tempo se desgastando entre eles. Cada pôr do sol parecia levar embora fragmentos da vida que Caelen ainda tinha. Saber que, não importa o quanto lutasse, seu corpo mortal estava desmoronando lentamente diante da eternidade dela foi uma dor que consumiu seu espírito. Ele nunca mais quer sentir o peso de um adeus inevitável.

  1. Quando feriu algo ou alguém sem querer “Na ânsia de salvar, acabou condenando.”

Durante os estudos do ritual, Caelen precisou usar magias proibidas envolvendo ecos de almas ancestrais. Para acessar um fragmento de conhecimento escondido, prendeu sem querer o espírito de um antigo mago dentro de uma runa. O espírito agonizou, preso fora do ciclo natural da reencarnação. Embora Caelen tenha libertado-o depois, nunca esqueceu o olhar vazio de dor. Ele carrega a culpa de ter ferido uma alma que apenas queria descansar.

  1. Quando desafiou algo maior por justiça “Ergueu-se contra os Guardiões da Tapeçaria do Tempo.”

Pouco antes de tentar o ritual, Caelen foi confrontado pelos Guardiões — entidades que preservam o fluxo da vida e morte. Eles alertaram que interferir no ciclo seria uma afronta. Mesmo assim, movido pelo amor e pela fé no livre-arbítrio, Caelen enfrentou-os com palavras e magia, exigindo o direito de lutar por sua própria felicidade. Ele desafiou uma ordem cósmica inteira por justiça ao seu amor.

  1. Uma mentira revelada “As promessas antigas da esfinge eram também seus grilhões.”

Nemyra, mesmo amando Caelen, tinha segredos. Parte de seu dever como esfinge era manter o portal de reencarnações selado — um papel que ela nunca revelou totalmente. No momento final do ritual, Caelen descobriu que uma parte do fracasso foi causada pelas amarras mágicas antigas que ela não poderia quebrar sem destruir a ordem dos mundos. A mentira não foi maldosa, mas custou-lhes a chance perfeita.

  1. Quando arriscou tudo e foi recompensado “Na queda, plantou a semente da eternidade.”

Apesar do fracasso, parte do ritual sobreviveu. Ao entrar em estase, Caelen e Nemyra deixaram traços de suas almas gravados no fluxo da tapeçaria do tempo. Ele ainda sente o laço, fraco, mas real. Ao arriscar tudo — até a própria alma — Caelen garantiu que, em algum lugar, em alguma vida, ele poderá reencontrá-la. Esse fio invisível é sua maior recompensa.

Biografia - Traços

Traços de Personalidade

“Busco desvendar todos os segredos do tempo, pois acredito que nele residem as respostas para a alma.”

“Não importa quanto tempo passe, meu coração permanece leal àqueles que amo.”

Ideais

Amor Verdadeiro: “Almas destinadas nunca se perdem no tempo.”

Persistência: “O tempo pode dobrar-se à vontade daqueles que se recusam a desistir.”

Vínculos

“Carrego fragmentos de um ritual inacabado, memórias e promessas que ainda não pude cumprir.”

“Meu amor perdido ainda habita meu coração, guiando minhas escolhas.”

Defeitos

“Às vezes, perco-me em teorias e memórias, negligenciando o presente.”

“Acredito que posso vencer até mesmo a ordem natural das coisas, se me esforçar o suficiente.”

Características adicionais

Idealismo forte (por ter buscado tanto pelo amor).

Determinação (anos de pesquisa e esforço).

Talvez alguma tristeza serena (após acordar e ver tudo mudado).

Medos: Esquecer-se dela. Ser esquecido. Que o ritual tenha falhado totalmente.

Sonhos: Encontrá-la de novo, mesmo que em outra forma. Cumprir a promessa.

Conflitos internos: Questiona se deveria desafiar a ordem natural. Carga de culpa pela falha.

Aparência do personagem

Um humano adulto de corpo esquio mas com boa postura, com a pele coberta por um pigmento branco como de um mármore, as marcas coloridas do “mármore da pele” seriam a manifestações das cicatrizes temporais/arcanas deixadas pela falha no ritual.