Antecedente

Em um antigo bosque, onde a luz da lua filtrava-se suavemente através das copas das árvores, vivia um jovem elfo chamado Nero. Ele era conhecido por habilidade com o arco e pelos cabelos prateados. Nero, no entanto, não era apenas uma alma gentil e sábia, mas também o filho de um respeitado conselheiro e uma habilidosa curandeira, ambos amantes da paz e protetores de seu povo. O lar de Nero estava imerso em serenidade até que, numa noite fatídica, a traição desenrolou-se com uma crueldade devastadora. O líder de uma facção rival, movido pela ambição e pela inveja, traiu a confiança do povo e invadiu a casa de Nero. O ataque foi brutal e letal, resultando na morte de seus pais. Nero, então com apenas dezenove anos, foi o único sobrevivente da carnificina. A dor e o desespero tomaram conta dele, e ele se viu vagando sozinho, carregando o peso da perda e da injustiça. Naquela noite terrível, Nero foi capturado pelos invasores e levado para um local sombrio, onde sua vida parecia estar à beira do fim. À medida que a vida lhe escapava lentamente, ele foi deixado para morrer após ser torturado, seu corpo e espírito em um estado de desespero total. No limiar da morte, Nero se encontrou em um lugar desconhecido, onde uma presença etérea e majestosa se fez sentir. Diante dele, apareceu Maal, o rei das almas. O deus estava sentado com uma coruja em seu ombro, com uma majestosa armadura e uma espada em mãos.

“Criança,” Remorso uma das servas de Maal falou com uma voz que parecia vir de uma criança em prantos, “teu sofrimento é grande, e tua vida foi interrompida por uma traição cruel. A morte é um caminho inevitável, mas ainda há um propósito para ti que não foi cumprido. Teus pais morreram, e sua perda é lamentável, mas há uma segunda chance que pode ser oferecida a ti.”

O elfo, com os olhos cheios de lágrimas e uma expressão de total impotência, olhou para aqueles seres. “Por que eu mereceria tal chance? O que posso fazer que possa justificar minha sobrevivência após o caos e a perda que enfrentei?”

Maal, com um gesto suave aponta sua espada para o Elfo, envolvendo Nero em uma aura de sombras, que o renovava. “Não se trata de merecimento, mas de potencial. A dor que carregas pode ser transformada em força. A vingança pessoal é apenas um dos caminhos, mas o propósito que tu podes encontrar e a justiça que podes trazer, não apenas para ti, mas para aqueles que ainda precisam de esperança, podes vingar não só a si mesmo mas outras pessoas que tiveram destinos semelhantes, normalmente eu mandaria um servo fazer esse serviço mas sua história me aborreceu mais que o normal, então te darei essa chance.”

Com essas palavras, o deus fez as sombras ao redor de Nero se intensificarem e, em um instante, ele se viu de volta à vida, em um local diferente, longe da dor que estava prestes a consumi-lo. Sua respiração estava livre, e a sensação de morte e fraqueza haviam desaparecido, ele havia recebido dois presentes que acreditava terem sido entregues por aqueles seres, uma capa e uma estranha espada envoltas em sombras e que sempre voltariam para suas mãos. Renovado, Nero decidiu dedicar sua nova vida a uma causa maior. Ele começou a buscar justiça para aqueles que, como ele, haviam sofrido devido à traição e ao mal. Nero via seu retorno à vida não como uma simples segunda chance, mas como um chamado para reverter a injustiça que havia presenciado e promover a paz mesmo que ela venha atravez das sombras e da vingança. Com o tempo, ele tornou-se um guardião e defensor da justiça por onde passava, quase como um cavaleiro envolto em trevas. Sua determinação e sabedoria foram reconhecidas, e ele se tornou um símbolo de esperança mesmo que sua antiga identidade tivesse sido varrida pelas sombras que agora eram seu território. Em cada momento de reflexão, Nero lembrava-se de Maal o deus que lhe concedeu uma nova chance para fazer a diferença no mundo sem dizer o por que de tal ato e, em cada ato de justiça que realizava, ele sentia que honrava memórias que já não lhe pertenciam mais e a dádiva que lhe fora dada.

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