⚒️ Valen Braxigar, o Exilado de Kor’Durahl
Resumo
Valen nasceu entre ferro e escárnio, em Kor’Durahl, uma cidadela anã escavada nos flancos gelados das Montanhas de Ferro. Cresceu entre forjas e vigílias, onde a vida era medida pelo peso do dever e não pelas vontades individuais. Desde cedo aprendeu que um bom martelo pesa mais que o ouro, e que gritos nos túneis só importam se forem os seus.
Sob os salões negros da cidadela, iluminados por braseiros enfumaçados, Valen serviu como guarda, minerador e, por fim, capitão de vigília, responsável pela segurança de minas onde tiefirinos escravizados extraíam recursos sob a égide do Império Rubro. A ordem era imposta a ferro e fogo — e os que questionavam, silenciados.
Durante séculos, Kor’Durahl manteve uma relação de vassalagem pragmática com o Império: autonomia parcial em troca de silêncio, ferro em troca de sangue. Mas com a ascensão de Isir, o Carmesim, um tirano draconato que emergiu das sombras para banir magia e instaurar um regime de terror fiscal e militar, até mesmo essa estabilidade se desfez. Impostos sobre magia, sobre carne, sobre silêncio. Os clãs cúmplices enriqueceram. Os que resistiram, foram punidos.
Foi durante uma patrulha noturna que Valen descobriu o que muitos já sabiam e poucos ousavam admitir: Kor’Durahl havia se vendido. Guardas batiam em tiefirinos com impunidade. Magia de sobrevivência era tratada como insurreição. Quando Valen tentou alertar os superiores e denunciar a corrupção da Casa Norvak, foi silenciado. Chamado de traidor. Desonrado publicamente, exilado sem direito ao brasão familiar.
Deixou Kor’Durahl com a clava ancestral em punho e o orgulho em frangalhos. Desde então, vagou como mercenário e protetor, aceitando trabalho em vilarejos esquecidos, até encontrar na vila de Korala uma centelha de redenção. Lá, conheceu Quizar, e depois Caelen — um jovem cuja liderança nascente e coragem inquieta o lembraram de tempos melhores… e de uma esperança que julgava perdida.
Hoje, Valen é exilado, renegado, e ainda assim de pé. Carrega a memória de Elenya, sua antiga companheira e única que ousou amá-lo em tempos em que até o amor era perigoso. E guarda, como sua última herança, o Escudo da Terra — arma viva, moldada para proteger mais do que ferir.
🎯 Motivações Atuais
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Contra o Império Rubro: Valen viu o que acontece quando a tirania veste armadura e é chamada de lei. Ele luta não por revolução, mas por impedir que o ciclo de opressão continue.
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Protetor de Caelen: Enxerga no jovem a chance de reescrever sua própria história — desta vez como mentor, não mártir.
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Fúria contida: Sua natureza bárbara aflora em momentos de injustiça. Cada explosão de fúria é uma resposta tanto física quanto espiritual: um clamor da terra por justiça.
🧭 A Conexão Bárbara
Após o exílio, Valen vagou pelas florestas e montanhas, longe dos salões de pedra. Ali, redescobriu o mundo além da civilização: a terra viva, os espíritos silvestres, o silêncio que cura e fere.
Seu lado bárbaro não é selvageria, mas um vínculo primal com a terra e com sua própria raiva. Quando entra em fúria, é como se a montanha rugisse através dele.
Rituais pessoais: Ele entoa cânticos em anão antigo, enterra pedaços de armas caídas sob pedras rúnicas e oferece sangue à terra como forma de julgamento e comunhão.
🧳 Objetos e Reflexões do Passado
🔥 Former Flame
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Miniatura de Golem Anão – esculpida por Valen ao ser promovido à guarda de elite.
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Representa o desejo original de construir e proteger.
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Às vezes, ele o observa antes de dormir, recordando o jovem idealista que foi.
- Cena: O objeto repousa em sua bolsa, envolto em tecido. Ele o olha às vezes ao dormir — lembra de sua vocação original: proteger, criar, pertencer.
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⛓️ Broken Shackle
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Insígnia enferrujada da 3ª Companhia de Kor’Durahl.
- Jogada ao fogo, parcialmente resgatada.
- Último toque: Ele a deixou cair em uma fogueira há poucos meses, mas não conseguiu ver o metal queimar. Resgatou-a parcialmente derretida — lembrança de que nem toda traição é completa.
- Marca de uma honra manchada que ele ainda reluta em abandonar.
- Jogada ao fogo, parcialmente resgatada.
🍺 Ghostly Comfort
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Cântaro com o brasão familiar, usado para cerveja.
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Tentou refazer a antiga receita com ingredientes locais — falhou.
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Um gosto amargo que reflete a saudade daquilo que não volta.
- Última tentativa: Tentou recriar a receita da cerveja familiar com ingredientes locais — ficou amarga, intragável. Jogou fora em silêncio.
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📚 Cinco Lições de Valen
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Evitar líderes sussurrantes: Silêncio é arma de tiranos.
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Erro com a força: Feriu um aprendiz ao treinar. Desde então, só usa armas rombas em treinos.
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Perda por justiça: Enfrentou seu comandante e perdeu tudo.
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Mentiras familiares: Descobriu que sua linhagem apoiou o Império — a verdade o destruiu mais do que o exílio.
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Coragem recompensada: Salvou um aliado em um salto suicida — foi presenteado com a clava ancestral.
⚔️ A Lista de Traição
Escondida em sua armadura, há uma lista de nomes. Uma lembrança de que certas dívidas só podem ser pagas com verdade ou sangue.
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Casa Norvak – Seu antigo comandante. Lucrou com a revenda ilegal de armamentos ao Império.
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Casa Rurikahn – Família de anciãos que votou a favor da escravização de clãs rivais.
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Casa Dorthmir – Fornecedora de licenças para caça a magos ilegais sob a nova lei imperial.
“Um dia, enterrarei esses nomes como enterrei meus irmãos… mas não hoje.”
💔 Elenya, a Que Ficou para Trás
Companheira de infância, guerreira leal e a última a abraçá-lo antes do exílio. Elenya era filha da Casa Tarûl, um clã menor que dividia mantimentos com Kor’Durahl durante os invernos longos. Cresceram juntos, lado a lado nas cavernas frias e salões de pedra, e mesmo nos tempos mais sombrios, ela foi a única a demonstrar amor — um gesto perigoso nos dias em que até o afeto podia ser punido.
Hoje, rumores sussurram que Elenya trabalha com o Império, forçada a servir como mediadora entre os anões de Ionian e inspetores imperiais. O motivo? Chantagem. Seus sobrinhos foram capturados por estudar magia feérica nas bordas da Floresta Turva — um crime sob o novo regime.
Valen acredita que ela foi coagida, mas teme que, se a reencontrar, a dor fale mais alto que a razão. Porque nada queima mais fundo que a lembrança do que poderia ter sido.
🔥 Personagem em Conflito
Valen é o que resta de um homem inteiro. Nem apenas soldado, nem totalmente bárbaro — mas uma muralha viva entre a tirania e os esquecidos. A fúria que carrega não é teatral. Ela é silenciosa, densa, como magma acumulando sob a rocha, pronta para explodir diante de cada injustiça, de cada criança silenciada por medo ou decreto.
Na vila de Korala, encontrou um novo propósito ao lado de Caelen, cujas ideias ousadas ele protege com força e cautela. Não por dever, mas porque enxerga no jovem a centelha de algo maior — algo que Valen perdeu, mas talvez ainda possa proteger desta vez.
Ele não acredita mais em reinos. Mas acredita em pessoas. E isso, por ora, é o bastante para resistir.
🪓 Clava de Braxigar – “Escudo da Terra”
A arma de Valen é uma clava de guerra antiga, de ferro negro entalhado com veios de prata, herdada de um guerreiro sem nome que ele salvou nas profundezas da montanha. Embora ele a chame apenas de “Escudo da Terra”, a arma é mais do que um instrumento de guerra — é um foco de resistência silenciosa, cuja magia desperta aos poucos, como a fúria latente do próprio Valen.
✨ Propriedades (Defender Weapon – Requer Sintonização)
Passivo:
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Enquanto empunhada, Valen tem vantagem em testes de iniciativa.
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Não pode ser surpreendido a menos que esteja incapacitado.
[Nv. 5+] Superior
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+1 em jogadas de ataque e dano.
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1x por descanso longo: pode conjurar Armor of Agathys como se fosse um feitiço de 3º nível.
[Nv. 10+] Mestre
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Bônus sobe para +2.
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Pode transferir parte ou todo o bônus para CA no primeiro ataque de cada turno.
[Nv. 15+] Épica
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Bônus sobe para +3.
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Armor of Agathys é conjurada como feitiço de 5º nível.
A arma responde à intenção de Valen: proteger, resistir, revidar.
🪓 Cena Memória – “O Que Não Pode Ser Enterrado”
Narrador: Você sente o cheiro de pedra fria e suor velho. O ar está pesado, abafado, como se o próprio teto da montanha pressionasse seus ombros. Quando seus olhos se abrem… você está de volta. Kor’Durahl. Antes da queda. Antes da desonra. Uma tocha crepita ao lado, e ao longe, vozes murmuram como vento entre rochas.
(Instrução ao jogador: Você está interpretando Valen, mais jovem, ainda em serviço. Você sente que algo naquela noite mudará tudo. Você só não sabe o quê.)
A sala é um cubículo de pedra escura, com uma única abertura para o túnel abaixo. Você veste o uniforme de vigia — couro reforçado, suado e apertado. Ao seu lado, Elenya Tarûl, ruiva como o cobre recém-minerado, limpa as mãos com um pano sujo de sangue que não é dela.
“Não devíamos estar aqui, Valen. Não hoje.”
Ela olha para você — não com medo, mas com aquele olhar que carrega tanto a ternura quanto a frustração de quem te ama há tempo demais para se calar.
(Permita o jogador responder ou interagir livremente com Elenya neste ponto.)
Um som ecoa — uma pancada metálica, depois um grito abafado. O som vem do eixo inferior da mina, onde os tiefirinos trabalham nas horas proibidas. Os contratos dizem que eles têm direito a 4 horas de descanso. Mas os mestres de aço do Império ignoram os contratos. Você sabe disso. Sempre soube.
Elenya: “Eles não vão parar. A menos que alguém os faça.”
Você sente a mão dela segurar a sua. Firme. Quente. Mas logo solta.
Você desce sozinho pelo corredor escuro. A lanterna na mão trêmula. O som de correntes arrastadas se mistura com o choro de um jovem tiefirino — não deve ter mais de quinze invernos. Está ajoelhado no chão, os dedos esmagados por uma marreta. Um anão da Casa Norvak está ali. Capitão. Seu superior.
Capitão Norvak (com desprezo): “Peguei esse verme tentando conjurar uma faísca pra se aquecer. Feitiço. Magia. Quebrei os dedos antes que acendesse outra rebelião.”
Você vê o sangue escorrer pelos veios da pedra. Sente o gosto de ferrugem na boca. A raiva se ergue como fumaça.
(Nesse momento, você pode oferecer ao jogador a escolha: confrontar Norvak e começar sua ruína — ou se calar e viver com a culpa.)
Se o jogador escolher confrontar:
Valen ergue a voz. As palavras saem mais graves do que ele esperava.
“Isso não é justiça. Isso é tortura.”
Norvak vira-se com um olhar gélido. Há guardas atrás dele. Muitos. Mas Elenya está ao fundo, surgindo no corredor, olhos arregalados, murmurando um aviso silencioso. “Não agora”, diz ela com o olhar. Mas já é tarde.
Norvak: “Aí está o traidor. Peguem-no.”
A memória se fragmenta. A pedra ao seu redor desmorona como areia. O sangue escorre para trás, os gritos ficam distantes. Você volta ao presente. O peso da escolha ainda nos seus ombros. A lembrança ainda pulsa… e sempre pulsará.