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Guia de Lhodos

O Mundo Iluminado

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Não há era melhor para se viver nas terras de Lhodos do que na Era da Luz, o mundo iluminado depende do brilho dos deuses para que as pessoas vivam e dos heróis para que haja esperança

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Introdução: Um Mundo de Luz, Sombra e Equilíbrio

Bem-vindo a Korala, um mundo forjado na eterna e delicada dança cósmica entre a luz e a escuridão, a ordem e o caos. Esta terra não é definida por um único princípio, mas pelo equilíbrio frágil e constantemente ameaçado entre forças primordiais. Essas energias moldam tudo, desde a fé fervorosa de seus habitantes e a estrutura de seus reinos, até a própria geografia de seus continentes. A magia aqui é uma força tão natural quanto o ar que se respira, e o divino se manifesta no brilho implacável do sol, no mistério sussurrante da lua e no silêncio profundo e observador da noite estrelada. Cada nascer do sol é uma promessa de ordem, e cada crepúsculo, um convite à introspecção e ao desconhecido.

Este guia é um compêndio de todo o conhecimento reunido sobre Korala. Ele o levará das majestosas e iluminadas cidades do continente principal, onde a civilização floresce sob a égide de deuses personificados, até os vastos, indomados e perigosos Reinos Inexplorados. Lá, onde a história oficial se cala, impérios caíram sob o peso de sua própria arrogância, exilados construíram novas nações a partir de cinzas e ressentimento, e segredos antigos, capazes de abalar os alicerces do mundo, aguardam para serem descobertos.

Aqui, você encontrará a crônica de heróis e vilões, a ascensão e queda de nações, as filosofias complexas que movem facções secretas e os mistérios que se escondem sob a superfície de uma realidade multifacetada e fascinante. Korala é um palco para aventuras épicas, dilemas morais profundos e a busca incessante por conhecimento, poder ou, talvez, algo muito mais raro e precioso: um lugar para chamar de lar.

Para os Jogadores: O Chamado da Aventura

Vocês são os protagonistas em um mundo à beira da mudança. Suas escolhas ecoarão desde os salões dourados de Bastião até as selvas esquecidas da Costa Esmeralda. Vocês podem ser a luz que afasta as sombras ou a força que mergulha o mundo em um caos necessário. Em Korala, heroísmo não é apenas sobre empunhar uma espada; é sobre navegar em um mar de ambiguidades morais, onde a ordem pode ser tirânica e a liberdade, selvagem. Suas lendas ainda não foram escritas. Que histórias vocês contarão?

Para os Aventureiros: Um Pergaminho Encontrado

Viajante, se encontraste estas palavras, saiba que o mundo é maior e mais antigo do que os mapas dos reis. Não confie apenas na luz do sol, pois ela cega tanto quanto ilumina. Não tema a escuridão da lua, pois nela se encontram verdades que a ordem despreza. Há poder nas ruínas de impérios caídos, sabedoria nos ventos gelados do norte e liberdade nas águas indomadas que o continente teme. O equilíbrio é uma lâmina afiada. Ande com cuidado, pois os deuses observam, os espíritos sussurram e a história julgará seus feitos.

Um escriba anônimo da Academia de Korala

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Parte I: A Cosmologia e a Natureza do Mundo

A realidade de Korala é governada por uma verdade fundamental: o universo é uma manifestação de forças primordiais, e os deuses venerados pelos mortais são apenas reflexos compreensíveis de um poder muito maior e mais indiferente. Entender essa dinâmica é entender a alma do próprio mundo.

A Tríade Primordial e o Ciclo Divino

No princípio, antes do tempo e da forma, existiam três forças interdependentes que constituem a base de toda a criação. Elas não são deuses no sentido humano, com vontades e personalidades, mas sim os próprios pilares da existência, conceitos puros cuja interação tece a tapeçaria da realidade.

  • Rodu, o Sol Primordial: A força da Ordem, Criação e Luz. Rodu não é apenas a estrela que aquece o mundo, mas o princípio da estrutura, da lei, da coragem e da clareza. É a energia que constrói, que ilumina o desconhecido e que impõe um padrão sobre o caos. Sua natureza é ativa, direta, imutável e, em sua pureza, tirânica. Um mundo dominado apenas por Rodu seria um lugar de estagnação perfeita, sem mudança, sem crescimento, onde cada ação é predeterminada e a liberdade é uma heresia.

  • Vuin, a Lua Primordial: A força do Mistério, da Mudança e da Introspecção. Vuin não é meramente o satélite que orbita o mundo, mas o princípio da transformação, da adaptação, do segredo e da renovação. É a energia que flui, que se esconde nas sombras para revelar verdades interiores e que governa os ciclos de crescimento e decadência. Sua natureza é passiva, sutil e cíclica. Um mundo governado apenas por Vuin seria um caos disforme, um fluxo constante sem propósito ou estrutura, onde nada jamais perdura e a identidade é uma ilusão.

  • Nyxara, a Noite Estelar Primordial: A força do Infinito, do Destino e do Vazio. Nyxara é o espaço entre as estrelas, o silêncio profundo que contém todas as possibilidades e o esquecimento final. Ela representa o conhecimento que transcende a compreensão mortal, os destinos não escritos, a profecia e o mistério absoluto do que está além. Sua adoração foi suprimida e rotulada como herética não por ser “má”, mas porque suas verdades são muitas vezes desconfortáveis, incontroláveis e indiferentes ao sofrimento mortal.

Essas três forças mantêm o mundo em um equilíbrio perpétuo e tenso. A história de Korala é a luta para manter esse equilíbrio.

Os Deuses Derivados

Os mortais não conseguem compreender a vastidão da Tríade. Assim, suas crenças coletivas deram “rostos” e “nomes” a aspectos específicos dessas forças, criando os deuses venerados em Korala.

  • Deuses Rodianos (Filhos do Sol): Personificam a ordem, força e prosperidade. Exemplos: Terak (protetor), Tinel (conhecimento), Korak (artesão).

  • Deuses Vuínicos (Filhos da Lua): Personificam a cura, transformação e mistério. Exemplos: Morwyn (mãe acolhedora), Zheenkeef (inspiração e loucura), Anwyn (lar).

  • Deuses Nyxarianos (Filhos da Noite Estelar): Personificam o destino, a morte e o conhecimento oculto. Exemplos: Mormekar (morte), Shalimyr (águas e caos), Maal (equilíbrio).

Outras Forças Divinas

Além da Tríade e seus derivados, existem outras duas categorias de entidades divinas que representam extremos perigosos.

  • Os Deuses Antigos: Forças primordiais e caóticas que precederam a ordem da Tríade, representando a natureza em sua forma mais bruta e selvagem. Entidades como Eliwyn (a Primeira Árvore) e Rontra (a Guardiã da Terra) são exemplos.

  • Os Deuses Sombrios: Liderados por Asmodeus, estes seres não são parte do equilíbrio natural. Eles são uma corrupção, uma força entrópica que busca o domínio total através da tirania, da dor e da perversão dos princípios da Tríade.

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Parte I: A Cosmologia e a Natureza do Mundo

Para compreender a alma de Korala, é preciso olhar para além dos tronos dos reis e dos altares dos deuses menores. A realidade aqui não é governada por vontades mortais ou divinas, mas por três forças primordiais — conceitos tão antigos quanto o próprio tempo, cuja dança eterna de ordem, mudança e mistério tece a tapeçaria de toda a existência. Os deuses que os mortais veneram em seus templos e lares são apenas fragmentos, ecos personificados dessas verdades maiores, rostos dados ao infinito para que corações finitos possam compreendê-los.

Esta seção desvenda essa estrutura cósmica. Começamos com um panorama das principais divindades, tanto as primordiais quanto as derivadas, para que clérigos e estudiosos possam ter uma referência rápida. Em seguida, dedicamos uma análise aprofundada a cada uma das três forças primordiais: Rodu, o Sol que ordena; Vuin, a Lua que transforma; e Nyxara, a Noite Estelar que tudo observa. Entender a natureza e o equilíbrio tenso entre elas é o primeiro e mais crucial passo para desvendar os segredos de Korala.

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Divindades de Korala
DivindadeTendênciaDomínios SugeridosSímbolo
A Tríade Primordial
Rodu, o Sol PrimordialLNLuz, Ordem, VidaUm sol dourado com raios retos e geométricos
Vuin, a Lua PrimordialCNConhecimento, Natureza, EnganaçãoUma lua crescente prateada sobre água calma
Nyxara, a Noite EstelarNMorte, Crepúsculo, ConhecimentoUma única estrela de oito pontas em um campo negro
Exemplos de Deuses Derivados
Terak, o ProtetorLBGuerra, ProteçãoUm martelo de guerra diante de um escudo
Tinel, o SábioLNConhecimento, MagiaUm livro aberto cujas páginas se tornam raios de luz
Morwyn, a Mãe AcolhedoraNBVida, PazMãos em concha segurando uma chama suave
Zheenkeef, o InspiradoCBEnganação, ArteUma máscara de comédia e uma de tragédia
Maal, o Juiz JustoLNOrdem, MorteUma balança equilibrada sobre uma caveira
Mormekar, o BarqueiroNMorte, PassagemUm barco a remos flutuando em um rio escuro

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Rodu, o Sol Primordial

Ordem, Criação e Luz

Rodu não é apenas a estrela que aquece o mundo; é o princípio da própria estrutura, a força que impõe um padrão sobre o caos e dá forma ao que não tem forma. É a energia da lei, da coragem inabalável e da clareza que bane as sombras. Sua natureza é ativa, direta e imutável, a fundação sobre a qual a civilização se ergue e a certeza que ilumina o desconhecido. Em sua luz, tudo é revelado, cada verdade é exposta e cada ação tem um propósito claro.

A influência de Rodu é mais visível no reino de Karlasgard, especialmente em sua capital, Bastião. Lá, o Grande Rei Sol governa com autoridade divina, e a Legião da Alvorada marcha como a personificação da ordem de Rodu, vendo a si mesma como o martelo que molda o mundo à imagem da perfeição. Para eles, a luz não é apenas um guia, mas um fogo purificador que deve consumir tudo o que é diferente e caótico.

No entanto, a ordem em sua forma mais pura pode ser tirânica. Um mundo dominado apenas por Rodu seria um lugar de estagnação perfeita, sem mudança, sem crescimento, onde cada ação é predeterminada e a liberdade é uma heresia. A história da teocracia caída de Iram-Thar no Deserto de Serappicco serve como um conto de advertência sombrio, um monumento à arrogância que nasce quando a devoção à ordem se torna um fim em si mesma.

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O Sol não pede, ele comanda. Ele nasce todas as manhãs, não por escolha, mas por dever. Ele bane as sombras, não por bondade, mas porque a escuridão é uma falha na perfeição da luz. Ser um servo de Rodu é entender que a verdadeira liberdade não está na escolha, mas na aceitação da ordem perfeita.

{{attribution Grão-Mestre Valerius, da Ordem do Sol Rúbeo}}

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Para o Mestre: Interpretando Rodu

Aventureiros podem encontrar a influência de Rodu em leis inflexíveis, arquitetura perfeitamente simétrica e em NPCs que valorizam a disciplina e a hierarquia acima de tudo. Um clérigo de Terak (um aspecto de Rodu) pode ser um aliado inabalável, mas também pode ser um juiz implacável para aqueles que quebram seus votos. O conflito central de Rodu não é contra o mal, mas contra o caos.

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!(https://www.google.com/search?q=https://i.imgur.com/2s3g8xS.png)

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Vuin, a Lua Primordial

Mistério, Mudança e Introspecção

Vuin é o contraponto silencioso à certeza do sol. Ela não é meramente o satélite que orbita o mundo, mas o princípio da transformação, da adaptação, do segredo e da renovação. É a energia que flui nas marés, que se esconde nas sombras para revelar verdades interiores e que governa os ciclos de crescimento e decadência. Sua natureza é passiva, sutil e cíclica, um lembrete constante de que nada é permanente e que a verdadeira sabedoria muitas vezes se encontra no que não é dito.

Em Rutilho, a luz de Vuin é reverenciada em harmonia com a de Rodu, um equilíbrio que simboliza a cooperação e a beleza. Para os seguidores de Morwyn, um de seus aspectos mais gentis, Vuin é a mãe compassiva que cura as feridas deixadas pelo brilho áspero do dia. No entanto, para outros, Vuin representa uma liberdade mais selvagem e caótica. A deusa Zheenkeef, com sua inspiração e loucura, é um reflexo do poder transformador e imprevisível de Vuin, a musa dos artistas e dos loucos.

Um mundo governado apenas por Vuin seria um caos disforme, um fluxo constante sem propósito ou estrutura, onde nada jamais perdura e a identidade é uma ilusão. Seus cultos mais secretos não buscam poder, mas a perda do eu, a fusão com o fluxo da mudança, vendo a individualidade como uma prisão a ser desfeita.

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Eles dizem que o Sol nos dá a vida, mas é a Lua que nos ensina a vivê-la. A luz de Rodu mostra o caminho, mas a sombra de Vuin revela quem somos quando ninguém está olhando. O verdadeiro poder não está em conhecer o mundo, mas em conhecer a si mesmo, e essa jornada só começa no crepúsculo.

{{attribution Rohric Alvo, Diretor Eterno da Academia de Korala}}

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Para o Mestre: Interpretando Vuin

A influência de Vuin pode ser encontrada em ilusões, profecias, mudanças de humor e em segredos. Seus templos podem ser bibliotecas silenciosas, clareiras escondidas ou teatros movimentados. Um seguidor de Vuin pode oferecer aos jogadores uma informação crucial, mas sempre em forma de enigma ou em troca de um segredo. O conflito central de Vuin não é contra a ordem, mas contra a estagnação.

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!(https://www.google.com/search?q=https://i.imgur.com/a7c8o7s.png)

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Nyxara, a Noite Estelar Primordial

Infinito, Destino e Vazio

Nyxara é a força mais antiga e menos compreendida da Tríade. Ela é o espaço entre as estrelas, o silêncio profundo que contém todas as possibilidades e o esquecimento final. Ela representa o conhecimento que transcende a compreensão mortal, os destinos não escritos, a profecia e o mistério absoluto do que está além. Nyxara não é uma força de criação ou mudança, mas de contexto. Ela é a tela escura sobre a qual o sol e a lua pintam suas histórias, um lembrete constante da vastidão do cosmos e da insignificância das lutas mortais.

Sua adoração foi suprimida e rotulada como herética durante o Cisma da Noite, não por ser inerentemente “má”, mas porque suas verdades são muitas vezes desconfortáveis, incontroláveis e indiferentes ao sofrimento. Enquanto Rodu oferece propósito e Vuin oferece crescimento, Nyxara oferece apenas a verdade, fria e vasta como o céu noturno. Seus poucos seguidores remanescentes, os Observadores de Estrelas, não buscam poder, mas a aceitação do inevitável. Eles leem o futuro nas constelações, não para mudá-lo, mas para compreendê-lo.

Para a maioria, Nyxara é a deusa da morte, personificada em seu aspecto Mormekar, o barqueiro que guia as almas. Mas para os Observadores, ela é muito mais. Eles acreditam que Rodu e Vuin, em sua eterna dança, criaram uma ilusão de propósito e livre-arbítrio para cegar os mortais para a verdade inevitável que apenas a noite estrelada revela.

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Não olhe para a chama ou para o reflexo. Olhe para o espaço entre eles. A verdade não está na luz, mas no vazio que a define. Somos todos poeira de estrelas, e para a poeira retornaremos. Não há glória nisso, nem tragédia. Apenas… o padrão.

{{attribution Inscrição em um observatório abandonado dos Observadores de Estrelas}}

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Para o Mestre: Interpretando Nyxara

Nyxara é a patrona do inevitável. Sua influência se manifesta em profecias que não podem ser evitadas, em conhecimentos que levam à loucura e em encontros com o destino. Seus seguidores são fatalistas, mas não necessariamente passivos. Eles podem agir para garantir que o destino se cumpra como deve, mesmo que isso signifique sacrifícios terríveis. Uma aventura envolvendo Nyxara pode não ter um “final feliz”, mas terá um final significativo e inevitável.

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!(https://www.google.com/search?q=https://i.imgur.com/YqM2Y5j.png)